Quem foi Jezabel na Bíblia

Compartilhe:

Jezabel é uma figura bíblica bem conhecida, mencionada principalmente no Antigo Testamento, nos livros de 1 e 2 Reis. Ela é lembrada como uma das rainhas mais infames de Israel, conhecida por sua crueldade, idolatria e oposição ao culto ao Deus de Israel. Jezabel era a esposa do rei Acabe e foi uma influência poderosa na corte israelita, levando o povo a se afastar da fé e a se envolver em práticas pagãs. Seu nome se tornou sinônimo de maldade, manipulação e idolatria ao longo dos séculos, sendo até hoje citado em contextos culturais e religiosos como símbolo de influência corruptora. Abaixo, exploramos quem foi Jezabel e os eventos principais de sua vida, segundo a narrativa bíblica.

Origem e Contexto

Jezabel era filha de Etbaal, rei dos sidônios, povo fenício da cidade de Tiro (moderna Líbano). A união entre Jezabel e o rei Acabe foi, muito provavelmente, uma aliança política entre Israel e Tiro, que trouxe benefícios comerciais e de segurança. Contudo, essa aliança também trouxe mudanças culturais e religiosas, pois Jezabel era uma fervorosa seguidora de Baal e Aserá, deuses fenícios da fertilidade e do tempo.

Acabe, rei de Israel, casou-se com Jezabel apesar das advertências da Lei de Moisés, que proibia a união com povos estrangeiros para evitar a influência de práticas pagãs. Jezabel rapidamente usou sua posição para instaurar o culto a Baal e Aserá em Israel, levando muitos israelitas a se desviarem da adoração ao Deus de Israel.

A Influência de Jezabel e a Idolatria em Israel

Como rainha, Jezabel não só trouxe consigo a adoração a deuses estrangeiros, mas também tomou medidas ativas para promover e impor esses cultos. Ela financiou os sacerdotes de Baal e Aserá e mandou construir templos e altares para esses deuses, especialmente na cidade de Samaria, capital do reino de Israel. Segundo a Bíblia, ela tinha aproximadamente 450 profetas de Baal e 400 profetas de Aserá ao seu serviço.

Para consolidar o culto pagão, Jezabel perseguiu os profetas de Deus, ordenando sua morte e destruindo seus altares. Ela se destacava por sua crueldade e por sua determinação em erradicar a fé em Israel, o que lhe rendeu a reputação de uma figura diabólica. Essa atitude culminou em um confronto direto com Elias, o principal profeta de Deus na época.

O Confronto com o Profeta Elias

Um dos episódios mais conhecidos sobre Jezabel envolve o confronto entre os profetas de Baal e o profeta Elias, descrito em 1 Reis 18. O profeta Elias, num ato de desafio, propôs um teste para mostrar quem era o verdadeiro Deus. Ele convocou os profetas de Baal ao Monte Carmelo e pediu que eles clamassem a Baal para acender um sacrifício. Apesar de passarem horas clamando, nada aconteceu. Quando Elias orou, Deus respondeu com fogo que consumiu o sacrifício, provando que o Senhor era o verdadeiro Deus.

Após esse evento, Elias ordenou a execução dos profetas de Baal, o que enfureceu Jezabel. Ela jurou vingança contra Elias, que fugiu para o deserto com medo de ser morto. Este episódio simboliza o conflito entre a adoração a Baal, promovida por Jezabel, e a adoração ao Deus de Israel, representada por Elias.

O Caso de Nabote

Outro episódio marcante de Jezabel foi seu envolvimento na trama para tomar a vinha de Nabote, um homem comum que possuía uma terra ao lado do palácio de Acabe. O rei Acabe desejava aquela vinha, mas Nabote recusou-se a vendê-la por ser uma herança familiar. Vendo a frustração do marido, Jezabel planejou uma emboscada contra Nabote.

Ela escreveu cartas em nome de Acabe, ordenando aos líderes da cidade de Nabote que acusassem falsamente o homem de blasfêmia contra Deus e contra o rei. Nabote foi julgado injustamente, condenado e apedrejado até a morte. Após sua morte, Jezabel deu a vinha ao seu marido. Esse episódio ilustra bem a crueldade e a falta de escrúpulos de Jezabel e sua disposição em manipular a justiça para alcançar seus próprios fins.

A Queda de Jezabel

O fim de Jezabel é narrado em 2 Reis 9, após a morte de Acabe. Jeú, comandante do exército de Israel, foi ungido como rei e recebeu a missão de exterminar a linhagem de Acabe e acabar com a influência de Jezabel sobre o povo. Quando Jeú chegou a Jezreel, cidade onde Jezabel estava, ela tentou seduzi-lo, talvez para persuadi-lo a poupar sua vida. Porém, Jeú ordenou aos servos que a jogassem pela janela do palácio. Jezabel caiu de uma grande altura e morreu, sendo depois devorada por cães, conforme a profecia de Elias.

Jezabel como Símbolo de Malícia e Idolatria

Jezabel se tornou um símbolo negativo em toda a tradição bíblica e cultural. No livro de Apocalipse, no Novo Testamento, é mencionada uma mulher chamada Jezabel que, simbolicamente, representa a corrupção espiritual e a idolatria entre o povo de Deus (Apocalipse 2:20). Essa referência destaca como Jezabel representa a oposição ao verdadeiro Deus, a corrupção e o abandono da fé.

Jezabel na Cultura e Interpretação Contemporânea

Ao longo dos séculos, Jezabel foi retratada como uma figura de influência negativa, um exemplo de como o poder e a corrupção podem levar ao distanciamento de valores e práticas sagradas. Em contextos culturais, o termo “Jezabel” passou a se referir a mulheres consideradas manipuladoras, corruptas ou que exercem uma má influência sobre outros.

Em um contexto mais amplo, a história de Jezabel é também um alerta sobre a influência e o poder, mostrando como líderes que se afastam dos princípios éticos e espirituais podem corromper uma sociedade e levar um povo ao erro.

Conclusão

Jezabel é lembrada como uma das figuras mais polêmicas e ímpias da Bíblia. Ela representa a idolatria e a corrupção, uma influência negativa sobre Israel e uma ameaça constante à fé do povo. Sua história é um lembrete da importância da fidelidade, integridade e a advertência contra a idolatria e a corrupção moral.

Compartilhe: